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No domingo, 26 de outubro, o Centro da Mulher Imigrante e Refugiada (CEMIR) realizou, com apoio da EVEN Construtora e Incorporadora, a Festa das Crianças Imigrantes no Centro Esportivo e de Lazer Luiz Martinez, em Tiquatira, na Penha. O evento teve como tema “O Direito de Brincar”, celebrando a infância como um espaço de alegria, convivência e inclusão.


O encontro reuniu famílias imigrantes e refugiadas em um ambiente acolhedor e repleto de atividades para as crianças, que puderam participar de brincadeiras, jogos e dinâmicas recreativas. Além da comida e bebida à vontade, o evento também contou com momentos de cuidado e relaxamento para as mães e adultos, que receberam massagens e puderam desfrutar de um espaço de descanso e convivência.


A celebração foi marcada por momentos de emoção e união, fortalecendo os laços comunitários e reafirmando o compromisso do CEMIR com a promoção dos direitos das mulheres e das crianças imigrantes.


“Foi um dia mágico, de alegria e pertencimento. Brincar é um direito fundamental da infância, e ver tantas crianças felizes foi a maior recompensa”, destacou a equipe organizadora.

O CEMIR agradece à EVEN Construtora e Incorporadora pelo apoio, à equipe de voluntários que colaborou com dedicação e carinho, e ao Centro Esportivo e de Lazer Luiz Martinez de Tiquatira, pela parceria e acolhida.


Com iniciativas como esta, o CEMIR reafirma sua missão de promover espaços de convivência e integração para famílias imigrantes, celebrando a diversidade e a esperança em cada gesto de solidariedade.






Redação: Paulina Meza

 
 
 
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No dia 30 de setembro, o CEMIR participou do Diálogo com a equipe do Centro de Referência e Atendimento ao Imigrante (CRAI), equipamento público da Prefeitura de São Paulo. O encontro foi um importante momento de troca de conhecimentos e vivências sobre a realidade de trabalho da população imigrante e refugiada, com ênfase especial nas mulheres.


Entre os principais temas discutidos, destacaram-se 4:


  1. Empregabilidade e acesso ao trabalho decente


Foi possível observar alguns avanços no campo da empregabilidade para pessoas migrantes, promovidos por determinadas empresas. No entanto, o acesso das mulheres imigrantes e refugiadas ainda é bastante limitado.

Muitas dessas mulheres possuem formação acadêmica e qualificação profissional, mas enfrentam dificuldades no reconhecimento de seus títulos no Brasil. Essa barreira as obriga, em grande parte dos casos, a se submeterem a empregos menos valorizados — como trabalhadoras domésticas, faxineiras, balconistas ou vendedoras — com baixa remuneração e exposição frequente ao racismo.

Além disso, mulheres negras africanas e indígenas relataram ser vítimas de assédio no ambiente de trabalho.


Como proposta, foi sugerido que as políticas públicas incluam ações de sensibilização junto às empresas, com o objetivo de orientar gestores e funcionários sobre protocolos de combate ao racismo e assédio, além de garantir que as trabalhadoras imigrantes conheçam seus direitos trabalhistas. Também foi sugerida a criação de materiais informativos para facilitar o acesso dessas mulheres à legislação trabalhista brasileira.


  1. Barreiras linguísticas


Outro ponto levantado foi a dificuldade com o idioma português, especialmente entre as mulheres imigrantes. Nesse sentido, propôs-se que as políticas públicas ampliem e aprimorem o acesso a cursos de português, levando em consideração localização, dias, horários e metodologias adequadas, a fim de favorecer um aprendizado mais efetivo e inclusivo.


  1. Condições de trabalho nas oficinas de costura


Foi debatida também a realidade das mulheres que trabalham em oficinas de costura, onde cerca de 65% atuam em condições precárias e informais. Muitas delas foram, ou ainda são, vítimas de trabalho análogo à escravidão.

Embora exista uma legislação para enfrentar esse tipo de violação, há limitações no acompanhamento pós-resgate: após um breve período de apoio, as mulheres enfrentam dificuldades para conseguir novos empregos e acabam retornando à mesma situação de vulnerabilidade.

A proposta apresentada foi fortalecer as políticas de empregabilidade, garantindo inserção efetiva no mercado de trabalho para mulheres resgatadas dessas condições.


  1. Empreendedorismo e autonomia econômica


Por fim, discutiu-se a importância de incentivar o empreendedorismo feminino, por meio de capacitações e acesso facilitado ao crédito, permitindo que as mulheres imigrantes desenvolvam seus próprios projetos e ampliem sua renda, fortalecendo assim sua autonomia econômica.



A participação do CEMIR neste diálogo reforça o compromisso da organização com a defesa dos direitos das mulheres imigrantes e refugiadas, e com a promoção de políticas públicas mais inclusivas e equitativas.

Ao contribuir com reflexões e propostas concretas, o CEMIR reafirma seu papel como ponte entre a sociedade civil e o poder público, na busca por trabalho digno, igualdade de oportunidades e respeito à diversidade. Seguiremos fortalecendo espaços de escuta, diálogo e construção coletiva de soluções que garantam justiça social e dignidade para todas as mulheres.


Acompanhe nossas ações, projetos e mobilizações nas redes sociais e no site do CEMIR, e junte-se a nós na construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária!



 
 
 
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Neste domingo, dia 02/06, realizamos uma roda de leitura com 10 adolescentes no Céu Lajeado, no bairro de Guaianases. Discutimos a vida e obra de Carolina Maria de Jesus, uma escritora negra nascida em 1914, em Sacramento (MG), filha de pais analfabetos. Carolina enfrentou racismo, machismo e desigualdade social para concretizar seu sonho de ser escritora. Aprendeu a ler e escrever aos sete anos e, em 1937, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou como catadora de papel e empregada doméstica, enquanto registrava seu cotidiano nas folhas de papel que recolhia. Seu primeiro livro, "Quarto de Despejo – Diário de uma favelada", publicado em 1960, foi traduzido para 16 idiomas e vendido em 40 países. Após seu sucesso, Carolina mudou-se para um bairro de classe média em São Paulo e publicou mais três livros: "Casa de Alvenaria" (1961), "Pedaços de Fome" (1963) e "Provérbios" (1963). Ela faleceu aos 62 anos devido a uma insuficiência respiratória. Entre 1977 e 2018, outras seis obras póstumas foram publicadas, baseadas em seus escritos.


Baseamos a atividade na metodologia da professora Jamile Menezes da Silva, do Centro de Referências em Educação Integral, para explorar a vida e obra de Carolina Maria de Jesus com os adolescentes. Lemos juntos um trecho do diário de Carolina, datado de 15 de julho de 1955: “Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um par de sapatos para ela. Mas o custo dos gêneros alimentícios nos impede a realização dos nossos desejos. Atualmente somos escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos no lixo, lavei e remendei para ela calçar. Eu não tinha um tostão para comprar pão. Então eu lavei 3 litros e troquei com o Arnaldo. Ele ficou com os litros e deu-me pão. Fui receber o dinheiro do papel. Recebi em 65 cruzeiros. Comprei 20 de carne. 1 quilo de toucinho e 1 quilo de açúcar e seis cruzeiros de queijo. E o dinheiro acabou-se.” Após a leitura, conversamos sobre o trecho, permitindo que os adolescentes compartilhassem suas impressões e reflexões livremente.


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Também nesse domingo, realizamos um encontro em comemoração ao Dia das Mães com mães imigrantes bolivianas. O evento integrou novas mães ao público das rodas de conversa e contou com a participação das lideranças Dilma e Janete. Elas falaram sobre a importância das atividades do Cemir, a dupla jornada de trabalho das mulheres e a necessidade de articulação em rede no território para integrar mais famílias bolivianas. Destacaram também a importância de ocupar os equipamentos públicos da região, como os de proteção, saúde e educação, para fortalecer a comunidade.


Redação: CEMIR



 
 
 
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